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Cérebro dos adolescentes envelheceu mais rápido durante a pandemia, aponta estudo
Após o primeiro ano da pandemia, os jovens participantes do estudo também relataram sintomas mais graves de ansiedade, depressão
Yanne Vieira
Foto: Agência Brasil

Alguns estudos já relataram que a saúde mental dos adolescentes sofreu impactos negativos durante a pandemia de covid-19, mas uma pesquisa recente, publicada na última quinta-feira (8), na revista Biological Psychiatry: Global Open Science, é uma das primeiras a observar as mudanças físicas no cérebro, provocadas pelo estresse e pela ansiedade.

Os pesquisadores combinaram crianças com os mesmos dados demográficos – incluindo gênero, idade, exposição ao estresse e status socioeconômico e para encontrar a idade média do cérebro, eles realizaram exames de ressonância magnética em um modelo que reúne dados de outros exames.

Os cientistas compararam os exames de ressonância magnética de 128 crianças. Metade dos exames foram feitos antes da pandemia e a outra metade no final de 2020. O estudo concluiu que as crianças que viveram o primeiro ano da pandemia tinham idades cerebrais superiores à sua idade cronológica.

De acordo com o estudo, os cérebros que passaram pelo início da pandemia tiveram crescimento na área amígdala, área que pode ajudar a regular o medo e o estresse, e também no hipocampo, a área do cérebro que pode controlar o acesso às memórias. Os tecidos diminuíram na parte do cérebro que controla o funcionamento executivo, o córtex.

Após o primeiro ano da pandemia, os jovens participantes do estudo também relataram sintomas mais graves de ansiedade, depressão e o que os cientistas chamam de problemas internalizados, como sentimentos de tristeza, baixa autoestima e medo e dificuldade para regular suas emoções.

Ian Gotlib, principal autor do novo estudo, disse que a equipe de pesquisa esperava encontrar problemas como ansiedade, depressão e problemas internalizados. Mas eles não tinham certeza do que encontrariam com os exames de ressonância magnética. “O que não está claro, é se as mudanças cerebrais terão um impacto mais tarde na vida”, finaliza.

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