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As contas de luz, água, gás e de outros serviços essenciais representaram 24,47% das dívidas dos brasileiros em agosto. Esse tipo de dívida atingiu o maior patamar desde janeiro de 2019, conforme levantamento do Mapa da Inadimplência e Renegociação de Dívidas da Serasa.
Na comparação com o mês passado, o acréscimo percentual é de 0,53%, fixando as contas básicas de água, luz e gás no topo dos segmentos de dívidas com crescimento mais significativo.
Na avaliação da economista e professora Carla Beni, o aumento da conta de luz em agosto é um dos fatores que impulsionaram a inflação, comprometendo ainda mais o orçamento das famílias. Para ela, a incapacidade de pagar contas básicas de consumo reflete o empobrecimento da população.
“Isso mostra que o aumento de desigualdade e do empobrecimento da população reflete uma soma de fatores como a pandemia, o processo inflacionário dos alimentos que provoca corrosão no poder de compra, e a taxa de juros elevadíssima e que contamina todos dos preços”, disse a economista ao jornal Extra.
“Além disso, foram 4 anos sem acréscimo de renda via aumento real do salário mínimo, e desemprego. O consumidor passa a fazer uma escolha, ou a comida ou luz. Não é mais o varejo, a loja de roupa ou luz. Ou ele come, compra botijão de gás, e não paga a conta de água ou de luz, por exemplo”, acrescenta Beni.