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Sob acusação de fraude em licitações, PGR pede o afastamento imediato do governador do Acre
Segundo a PGR, o político comanda um esquema de já teria gerado danos de mais de R$150 milhões ao erário público.
Paulo Junior
Foto: Christiano Antnucci

Em despacho encaminhado ao Superior Tribunal de Justiça (STJ), a Procuradoria Geral da República (PGR) pediu o imediato afastamento do governador do Acre, Gladson Cameli (PP), do cargo. A solicitação é parte da denúncia oferecida pela PGR contra o político e outras doze pessoas. Indica-se que o citados estão sendo acusados de peculato, lavagem de dinheiro, corrupção e organização criminosa. Aponta-se que no contexto do STJ a decisão caberá a ministra Nancy Andrighi.

A solicitação é assinada pelo subprocurador geral da República Carlos Frederico Santos. Em 175 páginas de documentos, o procurador afirma que desde 2019 o governador comanda um esquema de fraude em licitações. Segundo a denúncia apresentada, o dano ao erário público estaria estimado em cerca de R$150 milhões.

Na argumentação da PGR, esse montante foi visualizado a partir da interferência direta do governador em ao menos oito contratos, o primeiro teria sido um acordo de manutenção predial firmado em 2019 e que tem valor global de R$24,3 milhões. O subprocurador detalhe que “um dia após celebrar contrato milionário com o Estado do Acre, a empresa sem qualquer know-how específico da localidade de execução dos serviços, contratou indiretamente e de forma velada a empresa do irmão do governador, a qual igualmente não possuía atividade no Estado do Acre e passou a receber vantagens advindas da execução do pacto com o governo estadual.”

Observa-se, ainda, que a Procuradoria explica que existem “evidências claras de que Gledson Cameli, irmão do Governador, conhecia a empresa e realizou com seus sócios e os demais coautores um pacto para dividir a execução e os lucros decorrentes do contrato.”

A denúncia da PGR encerra assegurando que os valores do suposto esquema beneficou diretamente o governador e seus parentes, cita como exemplos o pagamento de parcelas de um apartamento de luxo em São Paulo, que seria de propriedade do chefe do executivo estadual do Acre, além de aquisição de carros de alto padrão.

Cameli está em Dubai, onde participa da COP 28, em nota declarou que está integralmente à disposição da Justiça. “Diante das publicações recentes veiculadas na imprensa acreana e nacional acerca de denúncia da Procuradoria-Geral da República, e consequente pedido de afastamento do exercício do mandato, o governador Gladson Cameli mantém sua confiança na justiça, mantendo-se à disposição para quaisquer esclarecimento, bem como permanece cumprindo suas obrigações como chefe do Poder Executivo do Estado do Acre”, disse o político sobre o caso em destaque.

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