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Padrões de sono irregulares e de má qualidade podem aumentar o risco de desenvolver doenças cardiovasculares, é o que aponta um estudo publicado esta semana no Journal of the American Heart Association, em português Jornal da Associação Americana do Coração.
Os pesquisadores apontam que a irregularidade do sono pode causar a aterosclerose, inflamação característica pelo acúmulo de placas composta de colesterol, substâncias gordurosas, resíduos celulares, cálcio e fibrina nas artérias. À medida que a placa se acumula, as paredes dos vasos sanguíneos engrossam, reduzindo o fluxo sanguíneo e diminuindo a quantidade de oxigênio e outros nutrientes que chegam ao resto do corpo.
A aterosclerose pode levar a condições de saúde cardiovascular, incluindo doença cardíaca coronária, angina, ataques cardíacos, derrames e doença arterial carotídea ou periférica.
A regularidade do sono, definida pelos autores do novo estudo, é estimada por variações na duração do sono (quanto tempo alguém dorme a cada noite) e no tempo de sono (o horário em que alguém adormece todas as noites), quanto menos variações, melhor.
Os autores analisaram o sono de mais de 2.000 adultos, com idade média de 69 anos, de Minnesota, Maryland, Illinois, Carolina do Norte, Califórnia e estado de Nova York.
Durante as avaliações do sono, os pesquisadores descobriram que aqueles participantes com durações de sono irregulares, que variavam de 90 minutos a mais de duas horas em uma semana, eram cerca de 1,4 vezes mais propensos a ter maior número de cálcio nas artérias coronárias, em comparação com aqueles com durações de sono mais consistentes, ou seja, maior risco de desenvolver condições cardiovasculares.
“Esses resultados sugerem que manter durações de sono regulares ou habituais, ou dormir quase a mesma quantidade total de tempo todas as noites pode desempenhar um papel importante na prevenção de doenças cardiovasculares”, afirma a principal autora do estudo, Kelsie Full,
Como a qualidade do sono e a aterosclerose foram medidas ao mesmo tempo, os pesquisadores não foram capazes de avaliar ou provar se o sono irregular causava a condição – eles encontraram apenas uma associação entre os dois.