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Um terço de adultos acima de 35 anos apresenta gordura no fígado e maior risco de desenvolver diabetes tipo 2
De acordo com os pesquisadores, a presença de gordura no fígado aumentou em 30% o risco de se desenvolver diabetes.
Yanne Vieira
FOTO: VINÍCIUS MARINHO / FIOCRUZ IMAGENS

A presença de gordura no fígado afeta 35,1% de 8.166 participantes de uma pesquisa que investigou fatores relacionados ao desenvolvimento de diabetes, doenças cardiovasculares e outras condições crônicas.

O estudo foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e colaboradores da Universidade de São Paulo (USP) e Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O documento foi publicado na edição de sexta-feira (14) da revista “Cadernos de Saúde Pública”.

A pesquisa aponta que o aumento da gordura no fígado, condição encontrada em pessoas que desenvolvem doença hepática gordurosa não alcoólica, também está associada a outras taxas preocupantes para a saúde, como alto índice de massa corporal (IMC) e triglicerídeos.

De acordo com o estudo, a maior prevalência foi encontrada em indivíduos do sexo masculino e com obesidade, que também possuía um nível mais baixo de escolaridade e de atividade física.

Os mais de 8 mil participantes, com idades de 35 a 74 anos, foram acompanhados por cerca de quatro anos por meio de entrevistas e exames clínicos que coletaram dados sociodemográficos e de saúde. Os pesquisadores apontaram que a presença de gordura no fígado aumentou em 30% o risco de se desenvolver diabetes.

Esse é o primeiro estudo a confirmar o risco do desenvolvimento de diabetes em indivíduos com gordura no fígado numa população da América do Sul, corroborando dados existentes acerca da associação entre as duas condições de saúde. “A perspectiva é continuar acompanhando essa coorte de indivíduos e produzindo conhecimento sobre diversas condições crônicas não transmissíveis”, comenta Luciana Costa Faria, autora do artigo.

O cenário nutricional do Brasil justifica o aumento dos índices de sobrepeso, obesidade e diabetes. A doença hepática gordurosa não alcoólica é uma condição de alta prevalência, que chega a alcançar um índice de cerca de 25% da população geral, segundo a pesquisadora.

A pesquisa também tem o objetivo de “aconselhar e recomendar mudanças significativas nos hábitos de vida, principalmente atividades físicas regulares, dieta saudável, perda de peso e controle dos demais fatores metabólicos”, diz Faria.

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